Bem-vindo(a)! Este blog foi criado como uma ferramenta de avaliação para o Curso de Especialização Ética, Valores e Cidadania na Escola, oferecido pela Universidade de São Paulo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vídeo-aula: 26

ESTRATÉGIA DE PROJETOS E EDUCAÇÃO EM VALORES

Prof.º Ricardo Pataro

A vídeo-aula aborda como a Estratégia de Projetos pode possibilitar e educação em valores na escola.
Para exemplificar uso-se um Projeto desenvolvido com crianças de 10 a 11 anos no ensino fundamental.

PROJETO: TRABALHO INFANTIL E EDUCAÇÃO NO BRASIL

Exemplo de projeto escolar desenvolvido a partir do tema relacionado ao artigo XXVI da DUDH – Direito à Educação.
Na rede de Projetos criada anteriormente enfocou-se duas questões:

1)      O que o governo e nós podemos fazer para ajudar as pessoas que estão sem estudar?
2)     Por que existe exploração no trabalho de crianças? Por que elas trabalham em serviços pesados, se quem tem que trabalhar são seus pais?

Para enfocar essas duas questões, analisaremos algumas atividades do Projeto:

Ø  1ª Atividade denominada Renda Per capita

Foi planejada pelo professor para iniciar o projeto, com a exibição de um vídeo, pesquisa sobre o trabalho infantil e trabalhar com conteúdos matemáticos.
No entanto, surgiu um imprevisto, uma informação que as crianças não entenderam. A informação é:
“existem 32 milhões de crianças que vivem em famílias com renda mensal per capita de até ½ (meio) salário mínimo.”

O professor começa a trabalhar com o conceito de renda mensal per capita, com conteúdos matemáticos, calculo da renda mensal das próprias famílias das crianças.

ü  Os conteúdos disciplinares podem ajudar a entrar em contato com o mundo em que vive, a se indignar com as injustiças sociais e almejar uma vida digna para todos os membros da sociedade.

O conteúdo de matemática ajudou as crianças a entender que a desigualdade econômica e social pode incentivar a exploração do trabalho infantil, na medida em que as crianças precisam trabalhar para complementar a renda familiar.

2ª Atividade – Escrever uma narrativa, trabalhar conteúdos de Língua Portuguesa.
Criar um diálogo entre uma criança que trabalha e seu patrão (Resolução de Conflitos).

3ª Atividade com Escola Pública
Troca de cartas entre os alunos da escola que realiza o projeto e de uma escola vizinha.
Os alunos puderam se conhecer a distância e entrar em contato com mos problemas das duas escolas.

Nessa etapa do projeto aconteceu um fato interessante, as crianças conheceram uma realidade social e econômica diferente; e a pergunta da rede do projeto mudou para: o que podemos fazer para ajudar as escolas públias?

As crianças decidiram comprar jogos educativos para solucionar um problema que elas evidenciaram ao entrar em contato com a outra escola.

Para comprar esses jogos as crianças fizeram pesquisas de preços, somaram a quantidade e o valor dos jogos eprecisaram aprender a fazer a divisão com os números decimais para calcular o quanto cada um gastaria para comprar os jogos coletivamente.
Assim o conteúdo de Matemática adquiriu significado.

No dia de entregar os jogos, foi feito o trabalho com Geografia, as crianças traçaram no mapa o trajeto entre duas escolas.

Pode-se perceber no projeto que os conteúdos estão a serviço do tema transversal, os conteúdos que são áreas disciplinares do conhecimento, se inerligando e ajudando a criança a conhecer o mundo em que vive.

Vídeo-aula: 25

ESTRATÉGIA DE PROJETOS E A CONSTRUÇÃO DA REDE

Prof.º Ricardo Pataro

O objetivo da vídeo-aula é apresentar as etapas básicas de um projeto escolar e a construção de uma rede. Desde a escolha do tema, passando pela elaboração das perguntas e planejamento docente, a aula mostra imagens da rede de um projeto desenvolvido com crianças de 10 a 11 anos do Ensino Fundamental. Trata-se de uma possibilidade de trabalho apoiada em teorias de complexidade, interdisciplinaridade e transversalidade

Etapas básicas de um projeto e como se constrói uma rede:

Ø  O projeto tem início com a escolha de um tema transversal, geralmente pela escola ou grupo de professores.
Ø  A segunda etapa é a aproximação ao tema.  O professor leva informações, imagens, para que sejam trabalhadas com os alunos; com o intuito de aproximá-los a problemática do projeto. Esta etapa é importante, pois a partir dela será escolhida uma problemática mais específica para se estudar.
Ø  A terceira etapa do projeto é a escolha de uma temática mais específica.Ocorrem discussões e reflexões entre os alunos, eles sugerem temas, o professor auxilia os alunos no entendimento do que o assunto possibilitaria um estudo transversal.
Ø  Outra etapa é a elaboração das perguntas do projeto, é uma etapa que parte do interesse das crianças na elaboração de questões que elas gostariam  de saber sobre a temática específica escolhida.
Ø  A próxima etapa é o planejamento docente. O projeto tem planejamento inicial de conteúdos curriculares que serão abordados de maneira transversal. O professor preenche a rede com conteúdos trazidos por ele.
Ø  Busca de Respostas: O projeto segue com atividades e pesquisas em busca de respostas às perguntas das crianças. Com a ajuda dos conteúdos que o professor selecionou para trabalhar no projeto.
            Rede promove registro das atividades e relações entre as disciplinas curriculares.

Rede Final do Projeto: Representa as relações entre as disciplinas (interdisciplinaridade) que ajudam a responder as perguntas relacionadas à temática transversal do projeto.

Vídeo-aula: 22

AS QUESTÕES DE GÊNERO NO COTIDIANO ES COLAR


Prof.ª Brigitte Haertel

Uma perspectiva sócio-interacionista


TEMAS TRANSVERSAIS
MEC
ü  Parâmetros Curriculares nacionais
ü  Apresentação dos temas transversais
ü  Ensino e aprendizagem de valores e atitudes

Os temas transversais permitem abordar questões relativas à formação do sujeito. Sujeito que segundo o Projeto Político Pedagógico, se almeja que seja crítico, autônomo e ético.

TEMAS TRANSVERSAIS
Eixos Propostos
  • Ética
  • Pluralidade Cultural
  • Meio Ambiente
  • Saúde
  • Orientação Sexual
  • Temas Locais (Aborda questões mais específicas)

PEDAGOGIA DE PROJETOS

  • Tema Transversal selecionado coletivamente
  • Adesão voluntária
  • Projeto Interdisciplinar
 QUESTÕES DE GÊNERO

      Temas Transversais

¯                   ¯                      ¯ 

 Ética        Orientação       Diversidade
                      Sexual              Cultural

Tomemos como exemplo um projeto envolvendo questões de gênero que, podem ser abordadas em três aspectos diferentes: ética, orientação sexual e diversidade cultural. É preciso de inicio fazer uma escolha, pois qualquer um desses temas permite a aproximação pertinente no que tange as questões de gênero com um todo em nossa sociedade. A escolha deve ser norteada pelo público, por faixa etária e pelo Projeto Político Pedagógico da escola, dentre  outros fatores.  

Eixos de Discussão (opções teóricas que sustentam o trabalho com questões de gênero):

Construcionismo Social vertente da psicologia, retrata a performance do indivíduo quando desempenha diferentes papéis
Socialização de Gênero Diz respeito à aprendizagem, aprendemos com o outro a forma de desempenhar diferentes papéis
ü  Sexo: determinação biológica
ü  Sexualidade: significado atribuído à condição definida geneticamente
ü  Relações de Gênero: representações (coletiva) socialmente constituídas (ser homem ou mulher na sociedade, relações que geram hierarquia, dominação, etc.)

Vídeo-aula: 21

SENTIMENTOS E AFETOS COMO TEMA TRANSVERSAL

Prof.ª Valéria Araújo

 A vídeo-aula vai abordar como inserir sentimentos e afetos na escola, sendo de uma maneira prática na estrutura curricular, ou seja, tornar o sentimento como um tema transversal.

Em primeiro plano, para legitimar o trabalho com sentimentos na escola, segue três conceitos : valores, auto-estima e autoconhecimento. Estes três conceitos estão intimamente ligados com sentimentos e afetos.


VALORES
Segundo, Piaget, valores diz respeito às trocas afetivas que o sujeito realiza com o meio exterior. Os valores surgem da projeção de sentimentos positivos sobre objetos, pessoas e/ou relações, e/ou sobre si mesmo.

De uma maneira mais simples:
  • Valor é aquilo que eu gosto, está ligado a relações afetivas;
  • Contra valor é aquilo que eu não gosto.
  
AUTOESTIMA

Busca da felicidade.

Autoestima, na psicologia, é a auto-imagem que o sujeito constrói sobre si mesmo. Sensibilidade para perceber os sentimentos que o sujeito projeta sobre si mesmo.
A autoestima está relacionada à dimensão afetiva e dos sentimentos.


AUTOCONHECIMENTO

Processo de auto-regulação que o sujeito constrói e que vai contribuir ara a própria conduta. Sensibilidade para perceber a si mesmo, tomar consciência dos próprios sentimentos e valores.

COMO INCORPORAR OS SENTIMENTOS E AFETOS NO COTIDIANO DE NOSSAS ESCOLAS?

  • Transformando os sentimentos e afetos em objetos de ensino e aprendizagem (transformar o sentimento em objeto de conhecimento, aprendizagem e ensino).

Vídeo-aula: 18

EDUCAÇÃO INTEGRAL/ UNIVESP TV


São José dos Campos- a rede municipal tem 43 escolas, sendo 7 em tempo integral (jornada ampliada).
Assim formar integralmente é formar em todas as dimensões que compõem o indivíduo.
Jornada ampliada = rotina diferenciada


ROTINA DA JORNADA AMPLIADA
  • Acolhida (onde se podem resolver conflitos);
  •  Café;
  • Momento de estudo (aprender procedimentos de estudo);
  • Ateliê (oficina);
  • Almoço;
  • Descanso;
  • Jornada regular.

Ateliê (Oficinas) – são 10 vagas em cada oficina. Exemplo: Oficina de astronomia, teatro, cientistas em construção, interação com o meio, línguas, etc.
Cada ateliê tem um perfil de aprendizado a ser alcançado e o professor faz intervenções constantes para facilitar o aprendizado.
Todo o espaço da escola tem que ser de aprendizagem e significativa. O foco não é a professor, mas são os alunos.
No ensino regular o estudo é dirigido, no ateliê há liberdade de escolha.  

Os alunos buscam significar o conhecimento, são mais extrovertidos, mais participativos.

Vídeo-aula: 17

PEDAGOGIA DE PROJETOS

UNIVESP TV

A vídeo-aula vai abordar o trabalho com estratégias de projetos e como introduzir essa prática de forma transversal e interdisciplinar.

O TRABALHO COM ESTRATÉGIAS DE PROJETO LEVA EM CONSIDERAÇÃO A PARTICIPAÇÃO DO ALUNO.

Um projeto “competente”, é um projeto que abre a possibilidade do aluno se desenvolver numa dimensão que não é só a dimensão do conteúdo escolar.

DICIONÁRIO
PROJETO. s.m. Ideia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano; intento; desígnio.

ESTRATÉGIA DE PROJETOS
O professor é um estrategista, ele possibilita uma mudança no rumo do projeto, de acordo com os conhecimentos dos alunos.

A estratégia de projetos está centrada em dois conceitos importantes na educação: a interdisciplinaridade e a transversalidade.

Transversalidade: (reação à fragmentação disciplinar), temáticas que atravessam , que perpassam os diferentes campos do conhecimento (natureza ético-política).
Interdisciplinaridade: Relações mais fortes entre as disciplinas.

O trabalho com estratégias de projetos pode ser apresentado através de uma rede, nela o professor registra todo o percurso das atividades, iniciando com os questionamentos dos alunos até traçar as relações entre tema e as diversas disciplinas.

“À medida que o projeto vai se desenvolvendo, que as estratégias vão sendo desenvolvidas, o professor deve estabelecer relações não pensadas anteriormente, mas que vão se construindo no próprio desenrolar do projeto.” (Ulisses Araújo)

Existe uma diferença entre o conceito de interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, segundo o Prof.º Ulisses Araújo.

Multidisciplinaridade: traz os especialistas das áreas do conhecimento fragmentadas, que vão trazer suas contribuições sobre o fenômeno de estudo (tema). Cada especialista faz sua leitura e volta para seu grupo disciplinar.

Interdisciplinaridade: Existe diálogo entre os campos de especialização, entre as disciplinas.
No estudo do fenômeno os especialistas não ficam presos aos seus conhecimentos, vão ouvir a explicação para o fenômeno de outros especialistas.

PALAVRA CHAVE PARA ENTENDER A INTERDISCIPLIANRIDADE : DIÁLOGO

No projeto o aluno tem a possibilidade de se desenvolver, traz a condição de problematizar o mundo, buscar respostas para as dúvidas e principalmente buscar respostas que tenham a natureza ético-político-social, visando a melhoria do mundo.

Vídeo-aula: 14

PROJETOS

Prof.º Nilson Machado

A aula aborda uma ideia fundamental para a transdiciplinaridade que é a ideia de projeto.
Ideia de Projeto = Ideia de ação (ação fazer responsável, manifestação de vontade livre, consciente).
A reação (reagir) é que é o modo associado a conduta animal
 A ação consciente do ser humano marca a criança entre o homem e o bicho.
Ação/consciência; Projetos

Projetos                          Metas / objetivos
Pro jactum                      Futuro / antecipação da ação
(latim)                             Abertura, risco, criação
                                         Ação do sujeito/coação

Pro Jactum (latim) = lançar-se para frente, projetar
Metas/Objetivos = Ação que vamos realizar (Pré-figuração de uma ação).
Projetos = Ação, espaço para cada um fazer (de forma pessoal), e isso envolve certos riscos. O risco é inerente à ideia de projetos, o risco é uma abertura para se criar.
Em projetos não é possível à coação, isto é, outra pessoa agir por nós ou agir em nosso lugar.
“Ninguém pode ter projeto pelo outro”.

Existem: projetos pessoais / projetos coletivos
Quem projeta é que realiza a ação projetada.

Os projetos são muito importantes na escola, por conta de serem como rios, com a montante e a jusante, que estão fluindo, o rio é o movimento e os projetos são o movimento. A cabeceira do rio se configurou nos sonhos, ilusões, utopias, esperança, que temos (alimentos de projetos). A jusante é o planejamento, avaliações, trajetórias (parte operacional dos projetos, organização).

A ideia de projetos está diretamente relacionada com a ideia de valor, porque ter projetos é ter metas e se lançar atrás delas.

·         Há metas que valem, há metas que não valem;
·         Há metas que valem mais, há metas que valem menos;
·         Há o que deve ser cultivado e o que deve ser combatido;
·         Há o que deve ser conservado e o que deve ser transformado.

Vídeo-aula: 13

CONHECIMENTO EM REDE


Prof.º Nilson Machado
Esta aula enfoca a ideia de rede.

Rede = imagem de conhecimento (sentido metafórico).
A ideia de rede amplifica o que se passa na escola. Os temas não se limitam a uma determinada aula ou disciplina, mas é tratado dialogiacamente entre elas, buscando pontos diferentes de interesse sobre o mesmo tema.


FORMAS DE PENSAR SOBRE O CONHECIMENTO:


Balde: cabeça do aluno vazia, e encho de matéria (imagem remitente).

Cadeia (Descartes – Discurso do Método – Do simples ao complexo): Trabalhar nas disciplinas encadeando, organização da aula e disciplina como grande encadeamento (Perspectiva Cartesiana).

Rede: Não dispensa Descartes/Cartesiano, porém planeja em cima de uma grande teia, uma grande rede de relações (os conhecimentos, os conceitos, os significados, aquilo que aprende na escola), não são ligadas linearmente, coisas multiplamente relacionadas.
Trabalho da escola é enriquecer essa rede, elaborar (acrescentar e tirar).

Redes de Significado (Insights para escola)
Acentrismo: centro de interesse que me faz entrar na rede de conhecimento.
Metamorfose: os significados são feixes de relações, relações vivas, onde o tempo todo é incorporado novas relações e estão sendo aposentadas as relações sem significado. Permanente estado de atualização. Porém quando estuda a disciplina de História é a única que se vê o significado da mudança de significado.
Transdiciplinaridade: Todas as nações da vida realmente importantes, vão além das disciplinas (Exemplo água).
Liberdade para compor encadeamentos, muito maior do que se desfruta.

Vídeo-aula: 10

(Univesp TV)

INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE NA EDUCAÇÃO

A UNIVESP TV produziu um programa especial para o curso “Ética, valores e saúde na escola”: Interdisciplinaridade e transversalidade na educação. Nesse programa, especialistas como Nilson Machado, Pablo Mariconda e Edgar Morin discutem conceitos como interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e transversalidade, e são apresentados exemplos de projetos escolares apoiados nessas concepções teóricas.

O Prof. Nilson Machado inicia a aula explicando que nós vamos para a escola para aprender a ler e a compreender o mundo. Ele ressalta que: “A interdisciplinaridade surgiu para que as disciplinas mudassem seus objetos, tivessem relações mais fortes entre as disciplinas.”
“A reação a fragmentação disciplinar foi à transversalidade, a busca de temas que atravessam transversalmente todas as disciplinas.”

A ESCOLA É DISCIPLINAR, MAS A REALIDADE E O MUNDO NÃO SÃO.

É preciso integrar as disciplinas para que um tema específico seja trabalhado em conjunto.

Estudar a Matemática como um fim é para um especialista. É preciso relacionar esta disciplina com as outras.
A transversalidade e a interdisciplinaridade são partes de um movimento que aparece de contraposição a um jeito de organizar o pensamento que surgiu no século XVII.

O termo Método Científico vem de René Descartes (1637 – Livro Discurso do Método).  O Prof. Pablo Mariconda (Faculdade de Filosofia da USP) explica que para Descartes o método era muito importante, pois era racional e único, unidade do conhecimento e unidade do saber. No Discurso do Método, acaba reduzindo as quatro regras simples (Regras do Método Científico). O processo de especialização e profissionalização é um processo social no qual a modernidade incorporou a ciência como uma unidade fundamental. Regras do método: do simples para o complexo.

Edgar Morin (sociólogo francês) se opõe a fragmentação do conhecimento, fala sobre a fragmentação do conhecimento (método científico de Descartes): “um paradigma que chamaremos de ‘simplificação’ que domina o ensino e para conhecer nós separamos e reduzimos, o que é complexo em simples. Tal visão mutila, inevitavelmente, o conhecimento. O problema então é obedecermos a um paradigma que nos permita diferenciar e, ao mesmo tempo, relacionar. É justamente o paradigma que domina o conhecimento na nossa civilização e na nossa sociedade, é um paradigma que impede o conhecimento complexo, o conhecimento da era planetária.” E completa:

“Nosso sistema de educação ensina a separar as disciplinas, a separar o homem da natureza e a todos. Não ensina a religar. Reformar o pensamento é religar para enfrentar os desafios que são globais e multidimensionais.”

TEMOS QUE JUNTAR OS OUTROS MÉTODOS (CONTEXTUALIZADOS
E ALTERNATIVOS) PARA QUE POSSAMOS TER UMA VISÃO MAIS UNITÁRIA DE DETERMINADO CONHECIMENTO CIENTÍFICO. (Pablo Mariconda)

Vídeo-aula: 09

CIÊNCIA E EDUCAÇÃO


Prof.º Luis Carlos de Menezes

O Professor Luis Carlos de Menezes, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, discute as aproximações entre ciência e educação, demonstrando como a vida cotidiana pode inspirar o pensamento científico.
Olhando ciências para fazer uma metáfora cinematográfica, com uma grande angular.
Tentar transpor isso para o nosso trabalho com o professor na escola.
Currículo é o percurso formativo do aluno, desenvolvendo competências.
Não se trata de dicas para ensinar, mas de pensarmos juntos, para que o aprendizado tenha maior eficácia.
Ciências na Educação de Base: Linguagem Instrumental prática e Visão de Mundo.

Ciências como Linguagem – A ciência antes de mais nada é um aprendizado de Linguagem, o domínio dessa linguagem se aprende na escola.
Exemplo: ler no jornal diário a previsão do tempo.
Qualquer canal de TV fala de fenômenos atmosféricos, tragédias em linguagem científica… Ou seja, para compreender o noticiário precisamos saber a linguagem matemática ou científica.

Para ler um rótulo de alimento é necessário saber disso. O domínio dessa linguagem se aprende na escola e é necessário ter consciência de que temos que ensiná-la.
Essa visão vale para todas as ciências. A condição da compreensão da linguagem
precisa ser promovida na escola. Exemplo do consumo exagerado da “paçoquinha”
(muita gordura e calorias).

Ciência como instrumental prático – Ter a compreensão da ciência para na prática saber utilizá-la. Implica em conhecimentos de outras disciplinas.
Exemplo: Trocar um chuveiro comum por um chuveiro a gás para quem gosta de tomar banho demorado e quente, para diminuir o gasto de energia e de dinheiro. A ciência faz uso da linguagem matemática, física e química.



Exemplo do detergente. A compreensão da ciência me dá um instrumental prático para fazer uso do detergente, para usar um chuveiro ou para cuidar da saúde. A ciência está presente na nossa tecnologia, mas deve estar presente na nossa visão de mundo. O século XXI é complicado e estamos diante de situações não resolvidas.

Ciência como visão de mundo: Os avanços científicos fazem parte da ciência como Visão de Mundo. Saber que um som se transforma em impulso elétrico é um exemplo estar envolto de uma série de tecnologias.
Exemplo: por que se usa radiofreqüência para usar o celular e não se usa para mudar o canal de TV com controle remoto (infravermelho)? Isso acontece porque a radiação do celular atravessa a parede e o controle remoto não. Compreender fenômenos cosmológicos ou tecnológicos é Visão de Mundo.

Como desenvolver a Ciência:
ü  Projetos, trabalhos em grupos nas aulas de Ciências.
ü  Com Diálogo, Debates, Participação e Projetos.

Vídeo-aula: 06

TEMAS TRANVERSAIS EM EDUCAÇÃO

A vídeo-aula está organizada em dois momentos diferentes: no primeiro, apresenta as diferentes concepções de transversalidade na educação, bem como as diferentes formas de trabalhá-las no cotidiano escolar; no segundo momento, apresenta um projeto transversal e interdisciplinar desenvolvido numa instituição escolar.
Prof.ª  Valéria Arantes
Estrutura da Aula:
1 º Momento: Diferentes concepções de transversalidade;
2º Momento: Prática de transversalidade.

Cada cultura deve agir de uma maneira muito livre e cada comunidade ou instituição escolar deve eleger os temas prioritários a serem trabalhados. Na legislação brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que sejam trabalhados alguns dos seguintes temas: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo.

Há diferentes concepções de transversalidade.
Concepção 1: As disciplinas são o eixo vertebrados do currículo. A escola continua organizada ao redor das disciplinas escolares tradicionais (Matemática, Línguas, História…). Isso quer dizer que o objetivo da escola é desenvolver o conhecimento destas disciplinas. Existem algumas formas de promover a transversalidade nessa concepção que são:
1. Atividades pontuais:
Atividades desenvolvidas na escola de maneira pontual, no entanto o objetivo dessa aula continua sendo ministrar a disciplina. Exemplo: um professor de Ciências se programa para trabalhar durante uma semana sobre drogas, desenvolvendo ações de maneira pontual, dentro da disciplina na qual é responsável. Neste caso há a fragmentação da aprendizagem.
2. Disciplinas, palestras e assessorias sobre os temas transversais.
Recorrem a outros profissionais, pois se tem a ideia que o professor não esta preparado.
Exemplo: quando a escola contrata profissionais para fazer ciclos de palestras ou cria uma disciplina sobre ética. Também há a fragmentação do conhecimento neste caso.
3. Oferecimento de projetos interdisciplinares sobre temas transversais.
Materiais produzidos por ONGs.
Exemplo: As ONGs promovem materiais ricos para trabalhar temáticas transversais. Esse material chega à escola os professores trabalham sobre um tema. Porém, não havendo diálogo entre as diferentes disciplinas, a transversalidade não acontece, continua a fragmentação do conhecimento.
4. A transversalidade deve estar incorporada nas próprias disciplinas. Os professores defendem que não existe sentido trabalhar a cidadania fora das disciplinas. A grande crítica é que a prioridade continua sendo as disciplinas e não os temas transversais.
5. A transversalidade é trabalhada como currículo oculto.
Trazer temáticas vinculadas com a Educação em Valores no momento em que surgem oportunidades.
Exemplo: quando há desentendimento entre alunos no recreio a escola trabalha sobre valores. O risco que se corre é cair no moralismo, pautada em valores individuais dos professores. Há a falta de sistematização e intencionalidade do trabalho. Promover a transversalidade a partir de “ganchos”, ou seja, situações que aparecem no cotidiano da escola, não é a maneira mais adequada de se trabalhar.

Concepção 2: As temáticas transversais são o eixo vertebrador do currículo, ou seja, as temáticas que são necessárias serem trabalhadas na comunidade. Perpassando transversalmente estão as disciplinas curriculares. Isso é uma mudança paradigmática muito importante. Os conteúdos tradicionais deixam de ser “finalidade” da educação e passam a ser concebidos como “meio” para se trabalhar os temas transversais.
As temáticas transversais são pontos de partida ou de chegada na formação do sujeito. Elas objetivam a educação em valores e tornam-se o eixo vertebrador do sistema educativo, em torno dos quais serão trabalhados os conteúdos curriculares tradicionais. As disciplinas vão ser instrumentos para as temáticas transversias.

As temáticas que objetivam a educação em valores tornam-se o eixo vertebrador do sistema educativo, em torno das quais serão trabalhados os conteúdos curriculares tradicionais.
É uma reorganização da estrutura curricular, mas continua sem articular as diferentes temáticas.

Concepção 3: Novas metáforas para a transversalidade.
·         Estratégias que vão além da compartimentalização disciplinar (romper com a organização escolar);
·         Estratégias que tiram a escola do seu isolamento, conectando-a com o mundo externo.
Deve-se promover um trabalho que tenha como ponto de partida um tema relevante para uma determinada comunidade. Recorre a diferentes campos disciplinares. Exemplo: poluição de um córrego que passa em determinada comunidade. Esse é um eixo vertebrador e a partir deste tempo posso recorrer aos diferentes campos do conhecimento. Também quanto à sexualidade ou à violência. Isso exigirá um trabalho articulado entre diferentes professores para termos uma visão mais completa e complexa dos problemas sociais.
O Prof.º Ricardo Pátaro (Mestre pela USP em Temas Transversais e Projetos Complexos) apresentou um projeto, mostrando como trabalhar as ligações entre as diferentes disciplinas, promovendo uma ligação entre elas e os diferentes campos de conhecimento.

Vídeo-aula: 05

O CONCEITO DA TRANSVERSALIDADE

Prof.º Ulisses F. Araújo

Novos sentidos para a educação e a ciência. Os avanços paradigmáticos da ciência podem não ser suficientes para se construir a democracia, a justiça e o bem estar social.

A ciência trouxe grandes avanços, mas a que parcela da população esses avanços estão servindo?

A ciência não investe em atender, desenvolver para uma parte da população que é excluída.

A escola também está a serviço de quem?

A escola e a ciência precisam objetivar uma parcela da população que está excluída (90% que não tem acesso aos avanços).


  Vimos na segunda aula alguns movimentos que buscam superar a fragmentação do conhecimento da disciplinarização promovida pelo pensamento moderno.

Questionamento: busca por novos sentidos da educação e da ciência.
Ø  Os avanços pragmáticos da ciência podem não ser suficientes para se construir a democracia, a justiça e o bem estar social.

Os movimentos da transdisciplinaridade, multidisciplinaridade e interdisciplinaridade trouxeram grandes avanços para o conhecimento e para a ciência, e também para a educação.

Mas, a que ou a quem esta ciência e os avanços científicos continuam servindo?
Quais são os objetivos da educação? Toda escola coloca no seu Projeto Político Pedagógico os seguintes objetivos:
Ø  Instrução: conteúdos definidos por cada cultura/sociedade.
Ø  Formação ética/moral: cidadania.

Segundo o Prof. Ulisses Araújo, o que incomoda é que apesar da formação para a cidadania estar presente no texto do Projeto Político Pedagógico, as escolas se limitam a dar aulas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciências… Elas ignoram ou fazem de forma subjetiva essa forma da educação moral.
Nas últimas décadas, houve uma mudança muito radical da forma como a família se organiza. Os pais estão fora de casa o dia todo, e alguém precisa ajudá-los a educar os filhos. Por isso, a instituição que se responsabiliza por isto é a escola. Pois para educar, a instituição que a sociedade criou é a escola, e é legitimo que caiba a escola o papel da formação moral e ética, porque também está previsto no Projeto Político Pedagógico.

A ideia da disciplinarização ainda está dentro da escola, pois os professores continuam presos no modelo de especialização do nosso conhecimento, isso faz com outros temas não sejam trabalhados.
A ideia de transversalidade nos ajuda a romper um pouco esta visão ou apontar o caminho pelo qual nós vamos poder superar a disciplinarização e ao mesmo tempo, trazer para dentro das escolas outros conteúdos que até então ainda não foram trabalhados no cotidiano das futuras gerações.
O conceito de transversalidade na educação:
Ø  Temáticas que atravessam, que perpassam os diferentes campos do conhecimento
Professor Nilson Machado (Faculdade de Educação – USP) define a transversalidade : “A reação na organização curricular, a fragmentação disciplinar, foi à busca da transversalidade, quer dizer, a busca de temas que atravessassem transversalmente todas as disciplinas. As questões sobre valores, por exemplo. São questões que não cabem dentro de nenhuma disciplina em especial da escola básica. Essas questões de valores cortam todas as disciplinas,
transversalmente.”
Um tema para ser considerado transversal na dimensão sobre o papel da ciência e da escola (para beneficiar os 90% da população, que ainda são excluídos em sua grande maioria) precisa ser pensado em temáticas ético-político-sociais, atreladas à melhoria da sociedade e da humanidade.
Quais seriam estes temas transversais? São temáticas que mudam a cara da escola. Não estamos discutindo somente uma questão de atravessar, de método de aula. Não basta na aula de Português fazer um texto sobre a violência na sala de aula, com o objetivo de querer que os alunos prestem atenção na aula. Estamos falando de um conceito epistemológico de transversalidade, porque ele muda o próprio foco e o objetivo da escola nas nossas aulas cotidianas. Trata-se de um pressuposto epistemológico.
Epistemologia: ramo da filosofia que lida com os problemas de crença e conhecimento.
Conceito Epistemológico da Transversalidade: ele muda o próprio foco e o objetivo da escola nas nossas aulas cotidianas. Tipos de conhecimentos que a escola deve trabalhar.
Quais temas sãos transversais?
Ø  Voltados para uma educação em valores;
Ø  Temas que buscam dar respostas aos problemas que a sociedade
reconhece como prioritários e importantes. Exemplo: a temática de drogas;
Ø  Temas que buscam conectar a escola à vida das pessoas . Exemplo: temáticas sobre saúde, sobre sentimentos e afetos;
Ø  Temáticas que estão abertas à incorporação de novos temas e problemas sociais. Exemplo: a questão ambiental ou da violência. O meio ambiente ou a violência não são disciplinas, mas são temas que causam preocupação e merecem atenção hoje.
 Trabalhar os temas transversais é de responsabilidade de toda a equipe educativa de uma escola.