Bem-vindo(a)! Este blog foi criado como uma ferramenta de avaliação para o Curso de Especialização Ética, Valores e Cidadania na Escola, oferecido pela Universidade de São Paulo.
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terça-feira, 3 de julho de 2012

Vídeo-aula: 26

Professor autor

Prof.º Gabriel Perissé
Fonte: www.helenavetorazo.blogspot.com

A aula aborda a terceira dimensão da formação docente: a autoria. Sendo que a Primeira dimensão é a Leitura: primeiro lemos, interagimos com o texto da vida; a segunda dimensão é a Reflexão: num segundo momento, e simultaneamente, refletimos, pensamos, assimilamos, e por fim a terceira dimensão é a Autoria: logo na sequência estamos criando, co-criando, produzindo, sendo autores.
A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo e nos fazer criar um sistema pessoal de convicções, e isso  expressamos como autores.
A fala, ou seja, a linguagem esta unida ao pensamento, estamos, a todo tempo, falando, fabulando, conversando com os outros e conosco mesmos.
Nós falamos por conta própria a nos expressamos por conta própria.
Um profissional da educação que não é autor de suas ideias e ações, que não é responsável por aquilo que faz e que apenas obedece, de forma servil, não pode também ser um propiciador de autonomia.
Existe uma falha quando dizemos que formamos para autonomia e não temos autonomia em nosso próprio espaço de formação. O profissional docente precisa exercitar sua própria crítica e autonomia, tendo total liberdade de tomar suas decisões.
A autoria está muito ligada ao exercício da liberdade; o criador é livre, cria as próprias regras do seu fazer, entra em sintonia com o material que manipula. Este momento de grande autonomia, liberdade e sintonia devem estar presentes na sala de aula.
A autonomia do docente não se conquista sem um estilo de ensinar conquista à medida que trabalha e abre espaço a seu próprio estilo e personalidade.
Muitas vezes, infelizmente, os professores brasileiros são maltratados e permanecem calados, abnegados, tão sacrificados e na verdade deveriam ser líderes sociais, referências intelectuais da sociedade.
É necessário que o professor cause uma ruptura, uma surpresa, um certo desconforto, para que, assim, possa reconstruir o conhecimento com sua própria maneira de ver o mundo; ele deve surpreender-se e surpreender os outros, saindo, dessa maneira, da comodidade, do lugar-comum. É preciso criar novos âmbitos, novos espaços, novas ideias, criar convicções pessoais.  
Também é tarefa do professor atuar na internet, já que as crianças e jovens de hoje já nasceram no ambiente virtual, na chamada era digital. É importante que o professor autor atue na internet, crie seu espaço para interagir com pessoas de todas as idades, inclusive, com seus alunos, sempre, claro, lembrando-se de se manter nos limites da ética humana. 
“O mínimo que se exige é que cada professor elabore com mão própria a matéria que ministra.”
“Tal elaboração será uma síntese barata, se for reprodutiva, mas será criativa, se acolher tonalidade própria e construtiva.” (Pedro Demos. Futuro e Reconstrução do Conhecimento. Petrópolis, Ed. Vozes. 2004)
Falar em reconstrução, primeiro deve haver a ruptura, o desconforto, para poder cada um construir e criar novos âmbitos,
O docente deve compreender a importância da participação na web, a presença do professor é marcante na web, não podemos ficar a margem, devemos criar blogs, sites, estar nesse ambiente.
Nesse contexto: “Cabe ao professor educar a web, porque como qualquer âmbito de convivência, há de tudo, e o nosso papel como educadores não é só apenas dar a lição de casa, mas viver a nossa própria lição dentro  de todos ambientes e isso nos compromete muito mais. Não somos apenas cumpridores de tarefas, aulistas, temos um papel de liderança na sociedade.”
E as três ações triviais tão necessárias, da formação e da prática docente são ler, pensar e escrever (ser autor). E elas  coincidem com a nossa própria existência.

Vídeo-aula: 25

O Professor pensador

Prof.º Gabriel Perissé

A aula aborda a dimensão da reflexão na vida do professor.
O exercício da curiosidade, da reflexão e do diálogo com o extramental nos leva ao momento das decisões. O curioso é aquele que faz perguntas, que não se satisfaz com as primeiras respostas, que questiona as próprias causas, que tem uma inquietação intelectual, e isso é normal.
Primeiramente devemos ter o exercício da curiosidade, da reflexão do dialogo .
Pensamento vivo, dialogante, baseado na curiosidade.
O professor deve esclarecer as curiosidades de seus alunos, e instigar mais perguntas e curiosidades.
 A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo e nos fazer criar um sistema pessoal de convicções.
Temos opiniões e achismos a respeito de tudo - o chamado intrusismo: pessoas das mais diferentes áreas profissionais sentem-se aptos a falarem sobre tudo e qualquer assunto; sem antes construir um sistema pessoal de convicção e não somente de ideias, que são conceitos aprofundados fortalecedores da nossa maneira de ver o mundo e nos comportar nele.
Quando devemos tomar uma decisão, a mesma deve estar baseada em uma convicção construída. Temos nessa questão um dos principais papeis da educação: transformar pessoas em seres ponderados.

“Tu és a tua própria lição de casa.” (Franz Kafka)

Quantas vezes vemos os alunos levarem para casa tarefa que são desgastantes e sem significado. O contrario é quando transformo a lição de casa em uma tarefa atraente, isso se torna significativo e concreto.
O docente deve fazer uma mediação e transformar a necessidade do aprendizado em prazer em conhecer.
 E isso consiste na pedagogia reflexiva que é não apenas na transmissão burocrática de conhecimento, mas em um verdadeiro encontro entre a iniciativa do professor e dos alunos, entre o talento, a vocação e a curiosidade do professor e o talento, a vocação e a curiosidade de seus alunos também.
A tarefa do educador é surpreender seus alunos, promover situações que gerem o prazer em aprender.

 “Se ler é assimilar, eu me transformo um pouquinho naquilo que li, eu apreendo e assimilo um pouco a visão de mundo e com isso amplio, revoluciono a minha visão de mundo.”
“Essa é a relação que há entre leitura e pensamento. Eu leio não apenas para decifrar, mas para compreender a leitura e o que vai além da leitura, para me compreender.”

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vídeo-aula: 22

O professor leitor

Prof.º Gabriel Perissé

Fonte da imagem : www.folharoraima.com.br

Toda leitura é um aprendizado à distância: uma forma de aproximação com diversas realidades. Estamos sozinhos lendo e tudo que está tão longe se aproxima. E podemos dizer que todo aprendizado é também uma leitura, exercitamos uma capacidade de interpretação, “ler o mundo”.
O conceito de leitura não é apenas olhar símbolos grafados no papel, mas abrir-se para a realidade.
O professor que não é leitor, como pode ele ser uma abertura de horizontes para seus alunos.

Realidade do Brasil : na questão da leitura

·         O brasileiro lê em média 4,7 livros por ano.
·         O Brasil tem uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes.
·         Quase 70% das escolas públicas nem sequer tem uma biblioteca.

Este quadro mostra como nós professores devemos ser grandes leitores. Porém não é isso que acontece, há muitos professores são analfabetos funcionais, sabem ler, mas não leem na verdade.
E o se caba fazendo é obrigar o aluno a ler, como se fosse um pré-requisito.
“Porque existem os analfabetos para as entrelinhas”. (Guimarães Rosa)
O professor deve saber ler nas linhas e também nas entrelinhas, para que ele possa interpretar não só os livros, mas a própria vida e a vida dos alunos.
Na leitura das entrelinhas, podemos captar o sentido não evidente da realidade.
A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo. E nos fazer criar um sistema pessoal de convicções. O professor não é tarefeiro, um instrutor, deve ser um mestre, alguém que entusiasme e inspire nos seus alunos na vontade de conhecer e aprender.
A experiência da leitura pode vivenciar uma ampliação de mundo. Ao ampliar a leitura, ampliamos nosso dialogo, com leituras variadas, e isso faz com que abarquemos em nossa aula temas que interessem aos alunos, que despertem prazer nas aulas, abrindo novas janelas a outros temas, e esses fazem parte da vida do aluno.

Portanto uma formação de leitor implica na abertura para conhecer pequenas e grandes histórias, que estão no livro, na vida e no mundo .

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vídeo-aula: 21

A complexidade da constituição docente
Prof.ª Silvia Colello

Fonte da imagem : www.ebanaoeeba.blogspot.com

Quais os desafios dos professores e sua realidade? É sobre isso que a aula vai retratar.
Devemos refletir sobre o desgaste e falta de vida que a profissão traz, devemos abrir mão de nossa própria vida? Dar aula adoece?
Histórico docente
Até a década de 70: o fracasso escolar era culpa do aluno. É preciso investir nas competências dos professores para reverter condições dos estudantes.

Anos 80: a escola como produtora do fracasso escolar; desestabilização dos mitos (mito da carência cultural, carência afetiva, etc.) e estudos psicogenéticos (mostra que os alunos criam hipóteses), muda à compreensão do problema e a compreensão do papel do professor, permanecendo a lógica da formação: competência do professor.
O culpado passa a ser o próprio funcionamento da escola e passa a ser responsabilidade do professor preenche essa lacuna, e o professor tem que assumir a transformação do funcionamento da escola.

Últimos anos: série de pesquisas explica a realidade do professor e mostram a constituição do professor como algo complexo. Fazem parte dessas abordagens fatores extrínsecos, fatores intrínsecos, profissionalização e profissionalidade.
Fatores extrínsecos (curso que fez, escola que trabalha, o quanto ele ganha, processo de profissionalização é a formação inicial e continuada) e fatores intrínsecos (como o professor viveu toda a sua formação, como se assumiu enquanto ser professor, e pode-se falar da profissionalidade;  que é a junção de profissão com personalidade; ideia de que ao longo do processo de formação, o professor vai se modificando e entrando na profissão, passando a fazer parte do seu modo de ver o mundo).
Portanto, o professor se constitui, por assim dizer, além de sua visão de mundo e sua cultura profissional (base), de fatores extrínsecos e intrínsecos, mais a profissionalização e a profissionalidade.
Também fazem parte de sua constituição os chamados saberes. Por um lado, os professores devem lidar com os conhecimentos formais, pedagógicos, de conteúdo. Para além desses conhecimentos formais, existe outra leva de saberes, que são as concepções: aluno, aprendizagem e professor.
Alinhavando esses diferentes tipos de saber, há os saberes formalmente aprendidos na escola e nos cursos de formação, e os saberes vivenciados no dia a dia, que nos ajudam a testar os conhecimentos formais e criar outros. Tudo isso se dá a partir de condições objetivas e subjetivas de trabalho, mas há também as condições subjetivas e isso e gera um jogo sutil de satisfações e insatisfações, recompensas e decepções profundas.

Perspectivas teóricas do trabalho docente
Conhecer, viver, refletir e lutar por condições melhores de trabalho. Existem quatro vertentes teóricas da perspectiva do trabalho docente:
1- Disponibilidade pessoal para renovar o trabalho: professor tem que estar aberto para mudanças;
2- A luta pela valorização do ensino e a constituição de um trabalho coletivo, lutar por uma condição política de valorização de seu trabalho;
3- Afirmar-se como sujeito do conhecimento: aquele que quer aprender;
4- Colocar-se como sujeito que define caminhos e cria alternativas.

Desafios em face da realidade (professor, escola e mundo)
Desafios complexos, dois grandes problemas:
1- A difícil construção de um ensino de qualidade;
2- A desvalorização do ensino e o desinteresse dos jovens pelo magistério.
Os jovens não querem mais ser professor, a carreira docente não estimula.
Dimensão técnica do trabalho do professor
Produção teórica X Prática Pedagógica: compreender, aplicar, problematizar e refletir. Transposição Didática: O professor deve transformar a produção teórica em prática pedagógica.

Dimensão pessoal do trabalho do professor
Falta de autonomia, sobrecarga e desmotivação. Existe uma função transbordante do professor, mais do que ensinar, o professor deve educar, compreender, estabelecer relações e a frustração costuma ser muito grande.
Os professores sentem angustia e decepção, e isso têm muitas origens como a burocracia, decepção, sobrecarga, condições de trabalho, etc. No contexto da decepção social, temos duas possibilidades: carreira do docente que se esgota ao longo da carreira profissional e carreira comprometida porque já nasceu na "periferia do sonho" (termo criado por Maria Valéria Fernandes, Na periferia dos sonhos, BH: Autentica, 2004).
A profissão docente está sobre risco, mas existe uma saída.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vídeo-aula: 18

A escola e as instituições culturais
Prof.ª Rosa Iavelberg
A parceria entre escola e instituição cultural
·         As instituições culturais reúnem objetos de arte interessantes às aprendizagens escolares.
·         Museus e casas de cultura podem ser visitados física e virtualmente.


A Prof.ª Rosa Iavelberg propõe que as escolas promovam visitas aos museus, feiras, casas de culturas, mostras sejam feitas não só presencialmente, mas virtualmente.
Podem-se estudar obras de diversos artistas, como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, oferece diversos temas, inclusive interdisciplinares. A Mona Lisa, em exposição no Museu do Louvre, em Paris, pode ser visitada de forma virtual por meio do site do Museu, http://www.louvre.fr/.
A cultura brasileira também deve fazer parte do currículo escolar, conscientizando os estudantes do valor da conservação de um patrimônio público. Por exemplo, fazer o estudo do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, onde há achados arqueológicos dos povos pré-históricos do NOVO MUNDO. A preservação do patrimônio cultural e natural do parque é trabalhada pela equipe do Museu do Homem Americano, que fica há 35 Km do Parque. Neste museu ocorrem exposições permanentes sobre os 28 anos de pesquisa na região.
E diz: que “Os pequenos também gostam de registrar desenhos em pedras e muros depois de estudar inscrições pré-históricas".
Pode-se estudar arqueologia e como esse estudo colabora com o conhecimento do meio ambiente.
Entrevista com Niède Guidon, que é arqueóloga e co-gestora do Parque Nacional da Serra da Capivara; é muito interessante e pode ser lida pelo professor em sala de aula.
O professor pode valorizar a profissão do arqueólogo e o tema transversal meio ambiente em um projeto de trabalho em parcerias com museus de arqueologia e etnologia.
Nesse caso por intermédio das descobertas arqueológicas da Serra de Capivara.
O estudo da arqueologia e da cultura, pode ser feito desde a educação infantil até o ensino médio. Para os alunos maiores, após o estudo e as visitas acerca dos patrimônios culturais, o aluno pode manifestar os conhecimentos de varias maneiras, como por exemplo, o grafite, inscrevendo sua arte (poética) nos muros e ruas da cidade (com autorização pública), e assim compartilhá-los com a família e membros da comunidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vídeo-aula: 17

O professor e a cidade educadora
Prof.ª Rosa Iavelberg

Fonte da imagem: www.pt.wikipedia.org
 A Prof.ª Rosa Iavelberg fala sobre a cidade educadora como fonte de conteúdos para as aulas no espaço escolar; a cidade está repleta de "objetos artísticos". Mas nem sempre, é possível decodificar  aquilo que se vê em sua profundidade, nos valores contidos nelas.
A paisagem é datada e suas visualidades formam o nosso olhar. O nosso olhar se acomoda e aprende com essas visualidades. O antigo e o novo coexistem nas cidades.
O professor pode utilizar os equipamentos e obras de arte presentes no espaço público com o objetivo de expandir o universo cultural dos estudantes. Pode-se aprender o conceito de tombamento na escola.
Pode-se se aprender sobre esses locais, com pesquisas na internet, visita ao local, devendo haver planejamento e discussão.
Possíveis etapas sobre o estudo do entorno público
·         Pesquisar no site
·         Preparar os alunos para a visita com aulas sobre os conteúdos da escola;
·         Durante a visita, informar e deixar fruir;
·         Promover a interação entre os pares;
·         Depois da visita: retomar conteúdos e propor tarefas de assimilação do que foi trabalhado;
·         Propor trabalhos práticos e reflexivos orientados às aprendizagens que se quer consolidar.
No planejamento, o professor deve considerar:
·         O material de pesquisa levantado e as ações que pode desenvolver;
·         Os conteúdos adequados aos grupos de alunos;
·         O interesse e o envolvimento com a aprendizagem que o projeto despertará nos alunos.
O professor deve planejar visitas a locais públicos, monumentos, patrimônios históricos, para que o aluno exercite seu conhecimento sobre a visão artística desses locais, a arquitetura, urbanismo, etc.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vídeo-aula: 14

Processos de aprendizagem e implicações para a prática docente
Prof.ª Silvia Colello
Três mitos sobre a aprendizagem:
v  Aprendizagem é consequência do ensino
v  Aprendizagem se faz em etapas que podem ser controladas pelo ensino linear, cumulativo, fragmentado e inflexível
v  Aprender é diferente de usar conhecimento
A Prof.ª Silvia Colello quer colocar em xeque estes três mitos e pensar a aprendizagem a partir de outra perspectiva.
E cabem duas perguntas:
Ø  Como se dá a construção do conhecimento ?
Os estudos de origem sócio-interacionista mostram que a aprendizagem é tributaria do contexto sócio cultural do sujeito, são dependentes de diferentes realidades e contextos socioculturais mais amplos.
Temos o sujeito aprendiz e esta sempre na relação com o outro, e na relação com esse outro se começa a entender o mundo e se dá num contexto sociocultural.
Para além do universo sociocultural temos o saber da ciência; que nem sempre é acessível; deve ser levado e sistematizado pela escola.
O papel da escola é lidar com as várias esferas; o trânsito entre as várias esferas se dá pela dimensão cognitiva (saber fazer) , dimensão afetiva (querer fazer), dimensão funcional (poder fazer). Tem que haver o equilíbrio para que a aprendizagem aconteça.
Qual o papel do professor? Como o professor facilita a aprendizagem?
Para Vygotysky, o professor faz isso em três momentos: pela interação (com pessoas e objetos de conhecimento), mediação e linguagem.
Ø  Como o aluno aprende ?
É preciso resgatar a curiosidade natural do ser humano. Piaget descrevia a aprendizagem como construção pessoal a partir das experiências vividas sob a forma de um processo complexo e multifacetado.
O conhecimento é uma tessitura, uma rede onde muitos pontos ganham novos significados. É uma construção única para cada aluno e cada sujeito. Pensar uma educação que não possa ser controlada passo a passo, a cabeça do aprendiz é um caldeirão onde borbulham muitas ideias cabe ao professor elaborar a estratégia certa para estimular a aprendizagem.  Não existem caminhos rígidos para o conhecimento.
Como o sujeito lida com a informação? O que faze ele aprender ou não aprender?
Usamos a metáfora de uma árvore, como sendo o sujeito, seus galhos representam a estrutura cognitiva.  O sujeito lida com informação de forma diferenciada. O sujeito piagetiano é ativo.
Como fazer crescer os galhos da árvore? Pensar na dinâmica de como acontece o aprendizado.
A partir da situação problema o individuo lança mão de seus conhecimentos, seus saberes e elabora hipóteses, realiza testes e comprova ou nega suas hipóteses (seus pontos de vista).
A aprendizagem pode ser uma atividade espontânea, mas o papel do professor é fundamental  para otimizar a aprendizagem.
Construção do conhecimento: implicações para o ensino
Desafios para o professor: intervenção docente que gera ação e reflexão. O conhecimento é ativo e se dá pela problematização e desestabilização das hipóteses e deveria funcionar pela ação e reflexão. A aprendizagem é uma atividade espontânea e pode ser otimizada pela intervenção docente que cria condições para a experimentação e elaboração de hipóteses.
Nesse contexto o papel do professor é propor problemas, desestabilizar concepções prévias; favorecer interação para a busca de soluções; favorecer situações de observação,experimentação e pesquisa; favorecer o debate, a reflexão, a criação, a consciência, o saber responsável, o registro e a sistematização do conhecimento; e por fim; propor novos problemas para serem pensados e repensados.
A verdadeira aprendizagem é uma engrenagem que contempla três aspectos:
ü  O aprender
ü  O tornar-se usuário do conhecimento no contexto de vida
ü  E conquistar o status de cidadão crítico e socialmente participante

terça-feira, 5 de junho de 2012

Vídeo-aula: 13

A construção do fracasso escolar: os mecanismos do não aprender e os desafios do professor
Prof.ª Silvia Colello

O fracasso escolar é um fenômeno que se mostra por diferentes vias presentes na educação brasileira. Os indicadores mostram que a maioria dos alunos do ensino fundamental e do ensino médio está aquém do que deveriam estar em termos do conhecimento para as séries em que se encontram.
E a pergunta é por que os alunos não aprendem? Para isso existem argumentos que caem em explicações reducionistas, que culpam o aluno e sua família ou mantém o aluno como criatura ingênua nesse processo, tirando-nos assim a possibilidade de compreender o fracasso escolar na sua complexidade.
Dimensões do não aprender e desafios do professor
Aluno e Mundo (o aluno no mundo de hoje) - Qual é a razão para aprender ? Se o que vale mesmo é o ter, o dinheiro.O primeiro desafio do professor é o resgate do valor do conhecimento, enquanto um bem necessário, prazeroso e que mereça ser adquirido pelo aluno.
Mundo e Escola (a escola no mundo de hoje) - O que ensinamos no mundo de hoje? E o que deveríamos ensinar ? A Escola parou no tempo, não dialoga com a tecnologia, com a sociedade; há a tensão do mundo que não valoriza a escola e uma escola que não fala a linguagem desse mundo, a escola é diferente da vida e a aprendizagem esta fechada em si mesma.
Escola e Aluno – Como ensinamos ? Se o professor ensina, porque o aluno não aprende ? Temos que buscar a sintonia entre o que ensinamos e nosso mundo. Deve-se discutir a metodologia, que não entra em sintonia com o processo cognitivo dos alunos, seus interesses e necessidades. O ensino começa a ser enfadonho e cansativo.
Outro fator na relação escola e aluno é a falta de dialogia, existe uma tensão muito grande entre professor e aluno.
Além do que foi citado anteriormente, existe também a desconsideração da diversidade cultural, com práticas discriminatórias e que desconsideram a diversidade cultural na escola. O aluno ao ingressar na escola ele é plural, e a escola exerce uma pressão para que os alunos sejam iguais.
O não aprender funciona dentro de certa lógica que se explica dentro de múltiplas dimensões: Dimensões culturais, dimensões sociais, dimensões pedagógicas e dimensões políticas.

Dimensão Cultural: Lidar com as consequências do aprender, como exemplo, alunos que vivem em comunidades de analfabetos
Dimensão Social: As relações estabelecidas na escola, o professor deve lidar de forma mais dialogia e buscar relações sociais que favoreçam na escola.
Dimensão pedagógica: tem que ajustar a metodologia de ensino ao processo cognitivo dos alunos, com práticas menos mecânicas e mais criativas/construtivas.
Dimensão política: Diz da valorização da escola, do conhecimento
O outro lado é o risco de aprender e não usar, não gostar, não ser critico.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vídeo-aula: 10

A relação entre professor e aluno
Prof.º Gabriel Perissé
A relação humana se estabelece por excelência na sala de aula. A vídeo-aula aborda alguns conceitos tirados da obra de Alfonso López Quintás (1928 -), é um pensador espanhol, está vivo e seu trabalho está muito relacionado à ética e com a formação docente.
O Prof.º Gabriel Perissé utiliza a obra, “Descobrir a grandeza da vida: a introdução à pedagogia do encontro”, 2005, do autor Alfonso López Quintás. Que fala das experiências reversíveis ou bidirecionais e também do encontro e do âmbito.
Alfonso López Quintás, pega palavras do cotidiano, da linguagem comum e faz um investimento de reflexão e transforma em conceitos com capacidade de revelação.
E fala em experiências reversíveis ou bidirecionais: são duas realidades que se unem, continuam sendo diferentes, mas não estão uma fora da outra. Relação de ida e volta, estão unidos mas não confundidos, não há relação humana autentica se tiver uma relação bidirecional.
Fonte da imagem: www.quenerd.com.br

Aborda também o encontro, o encontro não se faz por mera aproximação física, ele se realiza quando estamos em um jogo com uma realidade que tem algum tipo de iniciativa e promove um enriquecimento mútuo, criando o âmbito, onde um atua sobre o outro, seja entre humanos ou entre estes e objetos.
Quando há um encontro este pode ser:
·         Um objeto (nível 1) pode ser usado, descartado, manipulado. Estabeleço relação criativa, então ele passa para o nível 2.
·         No nível 2, quando é possível realizar o encontro, em lugar do objeto encontramos um âmbito. Âmbito é toda essa realidade orbital.
·         O encontro na verdade é quando dois âmbitos se entrelaçam, estabelece uma experiência reversível, um exemplo, é quando eu que sei tocar piano, encontro um piano, eu atuo sobre o piano, se o piano é bom eu também vou melhorar como pianista, se o piano está desafinado eu também recebo uma influência do piano.
E que quanto mais eu transformo objetos que eu convivo em âmbitos e quanto mais âmbitos eu produzir em minha existência, mais criativo eu serei e mais harmonizado com a realidade.
Um professor tem que ser um ser ambital. A sala de aula não é um lugar qualquer. Transformamos uma sala vazia numa sala de aula quando mediante o encontro, criamos um âmbito, um espaço em que as liberdades não entram em choque, mas se tornam ocasião para o diálogo e outras experiências criativas.
Quando uma sala de aula se transforma em um campo de guerra, ela perde suas possibilidades criativas. Uma sala de aula vazia se transforma através do encontro, da criação de um âmbito, um espaço em que as liberdades não entram em choque, mas se tornam ocasião para o diálogo e outras experiências criativas.
E que ninguém sozinho faz um âmbito. Professores e alunos se transformam em seres ambitais conscientemente, porque querem estabelecer encontro através de uma experiência bidirecional entre si e também com outras realidades: livros, slides, etc. A sala de aula passa a ser realmente um lugar de encontro com o conhecimento.
Estabelecer relação de encontro implica em respeito, cortesia, aceitação do outro, tolerância; ao mesmo tempo o outro também exercita suas virtudes em busca de valores humanos.
Quando entro na sala de aula com a disposição de trabalhar como um ser ambital, de estabelecer uma relação de cortesia, virtudes e valores; quando se estabelece essa relação ambital, todos se sentem energizados e motivados a aprender mais, a conhecer mais.