Como vem sendo organizada a educação especial no país?
Prof.ª Ana Claúdia Lodi
A Prof.ª Claúdia Lodi traz um levantamento histórico dos modelos ou propostas para o atendimento dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) por ordem cronológica:
Século XIX
ü Primeira escola fundada para cegos no nosso país é do século XIX, 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos que passou a ser chamado Instituto Benjamin Constant (IBC) em 1891
ü Em 1857, foi fundado o Imperial Instituo dos Surdos-Mudos, que em 1957 passou a se chamar Instituo Nacional de Educação de Surdos
Foram fundadas seguindo o modelo europeu, tinha como base a formação profissionalizante dessas pessoas.
ü O atendimento aos deficientes mentais era realizado em asilos, manicômios, confinado em ambientes separados e a educação era vinculada aos serviços de higiene mental e saúde pública.
Educação especial tem relação muito grande com a área da saúde, e todos os aspectos educacionais determinados pelo olhar dos profissionais da saúde.
A partir do final da década de 50 e inicio de da década de 60, essa realidade começa se transformar com criação de outros espaços com necessidades educativas especiais.
Com a LDB/61 começa a ter uma mudança em como se entender a educação das pessoas com necessidades educativas especiais.
Escolas Especiais
v Eram espaços que contavam com profissionais da saúde atuando com equipe multidisciplinar junto à equipe pedagógica
v Salas de aula constituída por poucas crianças, divididas, em geral, por faixa etária e nível de desenvolvimento
v Programas Curriculares eram reduzidos
v Materiais Didáticos elaborados especialmente para os alunos
v Desenvolvimento dos conteúdos de forma detalhada, sem buscar incentivar a curiosidade e o raciocínio das crianças
Escolas Especiais para Crianças Surdas
v Cada série escolar era realizada em dois anos
v Base da educação: ensino da fala, tida como a base para a aprendizagem da escrita
Classes especiais
v Espaços educacionais inseridos nas escolas regulares e que atendem crianças com algum tipo de dificuldade para acompanhar a classe regular
v Era organizada de acordo com as deficiências, eram matriculados indivíduos de diferentes faixas etárias e estágios de desenvolvimento, cabendo ao professor administrar essa sala.
v Educação física a artes: podem ser realizadas no coletivo de alunos
v Sala de reforço: apoio nas diferentes áreas do conhecimento, realizada por Prof.ª especialista
Instituições Especializadas
v Maioria mantida por Associações
v Profissionais da saúde atuando em parceria com os da educação
v Organização similar aos das classes especiais
v Apesar de ter um trabalho pedagógico, não se constituem como escolas, e portanto, os alunos não recebiam certificado e tinham dificuldade para serem inseridos na rede regular de ensino
Salas regulares de ensino
Princípios da integração:
v Devemos conviver com todos
v Importância do contato das crianças com necessidades especiais com aquelas “sem deficiência” – modelos para o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais educativas
v Ambiente não pensado para ela, dando-lhe condições para a inserção social futura
v Materiais didáticos iguais para todos
v Alunos: devem se esforçar para acompanhar as aulas –m atitude de enfrentamento de suas dificuldades igualando-se aos colegas
Século XXI
Política Nacional de Educação na perspectiva de Educação Inclusiva: Delineada a partir de vários documentos nacionais e internacionais, e apresenta os princípios para a inclusão:
Educação:
v Ação política, social, cultural e pedagógica
v Direito de todos estarem juntos, sem discriminação
v Todos devem estudar, preferencialmente, na rede regular de ensino.
v Escolas devem se organizar para o atendimento, assegurando condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
Deve ser garantido:
v Escolarização em todos os níveis de ensino
v Atendimento educacional especializado no contra-turno escolar
v Formação dos professores das salas de aula e das salas de apoio/recurso/atendimento especializado
v Acessibilidade arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação
Função do Atendimento Educacional Especializado
v Identificar, organizar e elaborar os recursos pedagógicos considerando as necessidades dos alunos;
v Não deve substituir a escolarização
v Deve complementar e/ou suplementar a formação dos alunos- autonômia e independência na escola e fora dela
O que vemos hoje nas classes inclusivas (salas de aula regular) são:
v Classes com a única finalidade de ser um lugar de socialização
v Os alunos com necessidades educativas especiais nem sempre têm atividades pensadas para eles
v Devem contar muitas vezes com o auxílio dos colegas
v Os professores estão pouco preparados para esses alunos e são responsáveis por número grande de alunos no espaço de sala de aula
v Apoio especializado no contra-turno: alunos com conhecimento de mundo e faixa etária diversa e quantidade grande de conteúdos a serem abordados
Questões para reflexão:
1-É possível pensar em Educação para Todos em igualdade de condições ?
2-O papel da Escola seria apenas buscar a socialização dos alunos com Necessidades Educativas Especiais ?
3-E sua função educacional ?
4-Esta organização tem favorecido (ou não) a educação de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais?
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