Trajetórias escolares de deficientes e a EJA: a questão do fracasso escolar
Prof.ª Lucia Tinós
O objetivo da aula é apresentar duas pesquisas que evidenciam e discutem as múltiplas e conturbadas trajetórias escolares de alunos com deficiência, que culminam com a busca pela Educação de Jovens Adultos – EJA.
Pesquisas
Ø Mapeamento de dez anos, de alunos com deficiência na educação de jovens e adultos (TINÓS, L. M. S.; AMORIM, K. S., 2008)
Foi um estudo quantitativo, que coletaram dados como: Existem alunos com deficiência na EJA? Quem são? E quantos são?
Ø Os caminhos de alunos com deficiências à EJA: Conhecendo e compreendendo algumas trajetórias escolares (TINÓS, L. M. S., 2010).
É um estudo qualitativo, sobre duas jovens que resignificaram e mudaram suas trajetórias até chegarem à EJA
A Prof.ª Lucia Tinós aborda as trajetórias escolares de deficientes e a EJA, enfocando o fracasso escolar.
Educação de Jovens e Adultos na Legislação
· LDBEN/9394/96, Artigo 37, constitui a EJA como modalidade de ensino utilizada na rede pública no Brasil, para propiciar a educação de jovens e adultos.
· Parecer CEB nº 11/2000: orientações sobre a organização e a função dessa modalidade de ensino.
Ainda assim historicamente, alguns autores ressaltam que a EJA, mesmo incorporada na Legislação, sempre foi uma modalidade posta em segundo plano.
Dados da primeira pesquisa: Quem é o aluno da EJA?
· São sujeitos compostos pela e na diversidade;
· Geralmente oriundos de uma camada socialmente mais empobrecida e marginalizada: negros, idosos, trabalhadores ruais, alunos com Necessidades Educativas Especiais, etc.
· Dentro da diversidade: aumento de alunos com deficiência.
De acordo com pesquisa realizada, uma visão dos diagnósticos
· Deficiência mental ou déficit intelectual: 43%
· Deficiência auditiva: 18%
· Deficiência visual: 2%
· Deficiências múltiplas: 9%
· Condutas atípicas: 14%
· Deficiência física: 6%
· Outros: 9 %
Esses dados estão de acordo com o MEC, que mostra que a busca maior pela matricula, são dos alunos com deficiência intelectual.
Quem dá o diagnóstico desses alunos? Como esse diagnóstico ajuda o professor da EJA a lidar com esses jovens e adultos com deficiência?
Que caminhos levam esses jovens e adultos à EJA
· 51 % dos alunos com deficiência que estavam na EJA, eram provenientes de escolas especiais, onde não completaram seu processo de escolarização, não eram alfabetizados.
· 26 %: Alunos com deficiência que eram provenientes de escolas municipais e públicas.
EJA: oportunidade ou armadilha?
ü A média de permanência dos alunos com necessidades especiais é de dois a três anos na mesma sala e tinham alguns alunos que já estava há mais de 8 anos em uma mesma sala, sem avanço na sua escolarização. De todos os registros encontrados (2004-2007), apenas 0, 42% dos alunos com deficiência conseguiram certificação.
ü Os alunos da EJA são jovens e adultos que tem sonhos e projetos, e apresentam histórico de exclusão escolar. As propostas referendadas pela legislação estão longe de serem efetivadas, pois não se sustentam em informações concretas da realidade de seu alunado, "alunos invisíveis".
ü Temos de tornar visíveis pessoas que historicamente não enxergamos, não escutamos, não falamos, não acolhemos e não acreditamos. E termina a Prof.ª Lucia, “Eles são muito mais capazes do que nós achamos”.
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