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sexta-feira, 23 de março de 2012

Vídeo-aula: 15

Produção da identidade/ “diferença”: culturas juvenis e tecnocultura
Prof.ª Monica Fogaça

Fenômeno da juventude

O que é juventude?

Ser jovem é uma concepção natural ou cultural?
Se condição natural é um fenômeno programado geneticamente, que dependeria de hormônios e de certa maturação. Se for fenômeno cultural, vai depender de influências no contexto.
É um fenômeno cultural porque é resultado das condições econômicas, políticas e culturais, de cada época e local; além dessas condições circulam discursos, que dizem a respeito desse jovem e o que ele é e isso influência no que eles realmente vão ser.
Maturação ou produto das condições históricas e dos discursos?
Mais do que uma etapa de maturação dos órgãos sexuais, podemos acompanhar pessoas de mesma idade em locais diferentes, épocas diferentes e com comportamentos totalmente diversos.

Condições e discursos que produzem a identidade / “diferença” nas culturas juvenis


 Condições históricas e discursos

·         Os primeiros dados que se tem sobre os jovens são dados de historiadores, que não estavam interessados em olhar exatamente para os jovens e sim para descrever a comunidade daquela época.
Parcela pequena de cada sociedade que podia dizer que tinha comportamento de jovem, nas civilizações antigas, como na Grécia Antiga, eram grupos de homens, que tinham direito ao ócio mais prolongado a partir do momento que tinham trabalhadores para fazer coisas para eles, eram a elite, os que governariam, ser jovem na Grécia Antiga chegava até os 40 anos de idade, eles tinham todo esse tempo para se preparar para cargos de comando.
·          No século XVII, vai acontecer o primeiro passo para a versão atula de juventude.
Eles tinham melhores condições de higiene e com isso a taxa de mortalidade é reduzida, inventa a imprensa e começa-se a publicar livros e a arquitetura das casas se modificam, e começa a fazer um isolamento do mundo das crianças e adultos. Esse isolamento cria a infância (separação das práticas de adultos e crianças).
Mais adiante as necessidades são reforçadas com as duas revoluções industriais.Necessidades pós-revoluções industriais (produção da juventude na classe média). Agora precisa aprender mais, pois surge a necessidade para o mundo do trabalho, por conta disso se estende cada vez mais entre a fase de infância e a fase adulta para que exista esse maior tempo de ócio para a formação. Na Europa e nos Estados Unidos, ou seja, nos países ricos, há a entrada dessa classe média nas escolas e nesse tempo de ócio.
·         Entre 1945 e 1975, considerada a época auge do crescimento do capitalismo, isso possibilita uma nova taxa de ingresso nas escolas. Também cresce as mídias e essas, por sua vez, começam a discursar por meio do cinema e televisão, formas de ver o que é ser jovem e divulgam uma ideia de jovem universal, que é ser rebelde, usar drogas, desejar e fazer experimentação sexual, gostar de certos tipos de roupa e músicas.
Um fator que ocorre por causa da mídia é o isolamento entre o mundo da criança e do adulto que vai sendo quebrado, pois as crianças vão tendo acesso aos segredos que estavam em livros para faixas etárias diferentes, que ficavam guardados em cômodos diferentes da casa, segredos quanto às relações sexuais, as guerras, violência, corrupção, problemas no trabalho, etc.
Alguns podem dizer que a mídia da época era a vilã, era quem influenciava e alterava o comportamento dos jovens, porem ela só divulga aquilo que já era prática em alguns grupos sociais e ao divulgar crianças e jovens podem se identificar, por conta do que já vivem nas suas culturas e a partir disso desenvolver novos comportamentos.
·         Em 1960, surge um campo interdisciplinar, denominado de estudos culturais, que passa a estudar mudanças que aconteceram após a Segunda Guerra Mundial e como as mudanças influenciaram os grupos sociais na Inglaterra, por conta disso enfocam os jovens, e observam que existem muitos tipos de culturas juvenis e não um padrão universal.
Alguns desses grupos jovens vão ter suas identidades ligadas ao que seriam um padrão dominante, divulgados pelas mídias e vão ser valorizadas, por sua vez, outras dessas identidades vão ter padrões de vestimentas, indumentária, etc., que tem menor valor e isso será chamado de diferença e vão ser marcados como inferiores.

                                                   Fonte: http://evc.prceu.usp.br/curso/mod/mplayer/view.php?id=1050

Padrões divulgados na mídia, alguns padrões são valorizados pelas mídias.

Hoje a mídia vende a ideia de jovem como uma pessoa de sucesso, cercado de amigos, que vais a festas, e isso seria o padrão, a identidade e não ser assim é a diferença.
As mídias encomendam pesquisas para saber como são as praticas dos jovens e a partir desses dados que produzem seus programas, eles encontram tendências e a proposta é que a escola aprenda com as mídias isso, mapear e fazer um levantamento de quais são as características dos grupos de jovens que estão na comunidade, para produzir suas práticas pedagógicas, conseguindo gerar identificação, sedução, isso facilita o dialogo.
·         Existem vários fatores de influência na produção do fenômeno da juventude e que ser jovem é uma conquista social.
·         Dialogar com os jovens nos comportamentos de suas práticas, pois dentro da escola ela não é considerada, mas no mercado de trabalho o jovem é visto como um inovador.


Culturas juvenis urbanas e a importância da tecnocultura
Observando e estudando os grupos de jovens constatou-se que a maioria dos grupos de jovens urbanos tem por cultura a tecnocultura ou cybercultura (internet). Experimentam a vida adulta através da vivência eletrônica, vive na internet um conjunto de práticas que não vivem do lado de fora, passam a fazer parte como se fosse algo integrado ao próprio corpo, assim vivem uma série de novas características, como a desnaturalização do corpo (cyborgs), do tempo, do espaço, das vivências, dos contextos, outras linguagens, outras formas de pensamento (poder e espelho dos limites).

As culturas juvenis são pós-figurativas, segundo Margareth Mead, esse grupo de jovens acham que o modelo grupo de jovens da geração anterior não serve para absolutamente nada para viver o momento atual ou futuro, até o padrão de mudança é criado por esses jovens.
Esses jovens são considerados inseguros com o corpo, com a relação social, com a violência, outras formas de intervenção ( espaço com potencial democrático).
·         Margulis e Urrest : os jovens e os adultos são como seres de planetas diferentes têm diferentes formas de pensar, agir, ler.
·         Green e Bigun: eles são mutuamente alienígenas.
·         Como estabelecer relações com um estrangeiro?
Conhecendo e respeitando suas práticas, dialogando, integrando, produzindo híbridos.

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