Relações Etnicorraciais na escola
Prof.º César Rodrigues
Fonte: benhur-rava.blogspot.com
Primeiramente será discutido o conceito de raça a partir do pensamento de Kabenguele Munanga (2004).
Raça
· Apresentação do conceito a partir dos escritos de Munanga (2004).
· Sorte, categoria, espécie;
· Utilizado na botânica e zoologia para categorizar para classificar animais e vegetais;
· Com o progresso dos estudos em genética humana, biologia molecular e bioquímica;
· Conceito sem validade para explicar a espécie humana;
· Porém, isso não significa que todas as populações e seus indivíduos sejam geneticamente semelhantes.
· O grande problema da utilização do termo para denominar a espécie humana foi a utilização para determinar hierarquizada;
· O rastro da hierarquização – escalas de valores: (biológico X qualidades morais, intelectuais, culturais e psicológicas);
· Como consequência dessa hierarquização (decreto da raça branca como superior as raças negras e amarelas);
· O termo raça esconde uma coisa não proclamada, que é a relação de poder e dominação;
· Mesmo sem validade cientifica o termo para raça continua valendo em nível político-ideológico, pois tem vários significados em partes diferentes do mundo;
A partir da raça iremos abordar o conceito de racismo.
Racismo
· Segundo o dicionário Houaiss é “o conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias”, ou “doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras”;
· De acordo com Kabenguele Munanga, o termo foi criado na década de 1920 e o seu conceito não é consensual;
· O racismo clássico (se alimenta da noção de raça como fundamentação, tem-se todas as características do individuo, inclusive as morais) e o racismo novo (se alimenta da noção de etnia, definida como grupo cultural, categoria);
Etnia
· Segundo, Munanga (2004, p.29) etnia significa:
· “Conjunto de indivíduos” que, histórica ou mitologicamente;
· Tem um ancestral comum;
· Tem língua em comum;
· Uma mesma religião ou cosmovisão;
· Uma mesma cultura;
· Moram geograficamente num mesmo território;
· Algumas etnias podem constituir sozinhas nações;
· Substituir raça por etnia é apenas uma questão semântica, porém as vítimas são as mesmas assim como as raças de ontem são as mesmas de hoje;
· Um grupo racial pode ter muitas etnias, porém, uma etnia só comporta uma raça.
O termo etnia passa a ser usado na educação contemporânea, dentro do meio dos pesquisadores contemporâneos por conta de ser considerado politicamente correto. Supõe-se que a partir da utilização do termo etnia o pesquisador ou professor, deixa de trazer “aquele encargo”, “do peso” que a questão da conceituação biológica de raça tem, a partir do momento que é utilizada.
Somos um país de mestiços: uma afirmação perigosa
Por que perigosa?
Porque apesar de parecer unificadora, esconde as grandes diferenças entre as populações.
· Reforça o mito da democracia racial.
Os discursos de igualdade racial e/ou mestiçagem na escola
· Em que lugares esses discursos refletem?
Reflete na secretaria da escola, banheiro e principalmente na sala de aula
· Quem sofre as consequências diretas desses discursos?
Quem sofre as consequências são os alunos (as) negros (as).
· O que é produzido por esses discursos?
As identidades brancas vão sempre prevalecer sobre as negras, direta ou indiretamente, num processo discreto e nem por isso menos perverso.
Portanto, cabe aos professores (as) observar as atitudes de preconceito, e as atitudes que tomamos diante de determinadas situações, para que consigamos atingir a justiça, e oferecer uma educação democrática e cidadã.
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