Os Estudos Culturais e a convivência democrática
Prof.º Mario Nunes
Os estudos culturais contribuem para a análise dos processos de regulação e produção de sujeitos na sociedade e em particular nas escolas.
A educação não pode ignorar as difíceis questões das relações entre cultura, estado, mercado e sua cidade civil.
Condições de emergência/Campos de pesquisa
Condições de emergência
· Segundo Pós-guerra
· Expansão do Capitalismo
· Indústria de massa
A literatura mais difundida atribui o seu surgimento aos esforços de alguns intelectuais oriundos das classes populares da Inglaterra, para criticar a distorção empreendida pelos membros da denominada alta cultura em relação à cultura popular e a cultura de massas.
Seus representantes defendiam que no seio da classe popular não há somente mau gosto, passividade, omissão e assimilação; mas também resistência e produção, pode-se afirmar que são dois os determinantes históricos para emergência dos desenvolvimentos dos estudos culturais.
Primeiro o fim do Imperialismo Britânico, ocasionado pelo enfraquecimento da economia inglesa após a segunda grande guerra.
O segundo determinante constitui na reorganização de todo campo cultural a partir de impacto da expansão do capitalismo, isso gerou a democratização do acesso a novas formas culturais como rádio, televisão e publicidade, disseminando imagens que enfraqueceram o poder das elites.
Estudos culturais
· Campo de pesquisa
· Projeto político
· Inserção Pós-Moderna
· Perspectiva Inter/ Anti/ Pós/ Disciplinar
Os estudos culturais escancaram as condições em que as verdades e os conhecimentos foram construídos, bem como, seus efeitos sobre os sujeitos e como eles se relacionam.
Praticar pesquisas com base nos estudos culturais nos permite formular ações ativistas contra hegemônicas.
Os estudos culturais se caracterizam também como campo de pesquisa composto por três pressupostos inseparáveis e interdependentes é um Projeto Político, uma inserção Pós-Moderna e Perspectiva Inter/ Anti/ Pós/ Disciplinar.
Campos dos estudos culturais: interdisciplinar.
Cultura: noção conceitual
Os estudos culturais apresentam uma definição que corresponde aos seus pressupostos e desconstrói a visão hegemônica ainda presente sobre essa ideia de cultura.
O conceito de cultura decorre se dois movimentos: movimento antropológico e contra movimento dessa definição questionando o aspecto universal.
Para compreender a cultura propõe-se um olhar histórico e um dialogo com outros saberes incorporando conceitos como: formação social, poder, regulação, dominação, subordinação, resistência e luta.
O termo cultura compreende também as práticas sociais, o ponto central é a análise das práticas culturais vividas pelos diversos grupos. Os estudos culturais rompem com a divisão clássica entre alta cultura (aqueles que têm cultura, que são considerados cultos) e a baixa cultura (aqueles que não possuem cultura, os incultos).
Cultura: território contestado, de confronto, campo de luta por poder, poder de definir a realidade (realidade é fruto de significados construídos nas relações sociais e relações de poder). Práticas de significação.
Centralidade da cultura com dois aspectos: substantivos e aspectos epistemológicos, são esses aspectos que regulam o social e o cultural na contemporaneidade.
Tipos de regulação:
Normativa, sistemas classificatórios e novas subjetividades.
Considerações
A formação cultural na escolarização implica no reconhecimento das formas de governo de seus sujeitos, do modo como atualmente a globalização influi no modo como os sujeitos da educação atuam, se sentem e agem.
Os estudos culturais contribuíram para abalar a concepção de que a produção de conhecimento é fruto da continuidade natural da história ou de embates acadêmicos e epistemológicos, que buscam uma explicação mais eficaz da realidade.
Os estudos culturais alertaram para a complexidade das relações sociais que atravessam a todos nós, em todas as direções e em permanente movimento, permeiam todos os níveis da existência humana e social.
Uma prática pedagógica ancorada nos estudos culturais é perturbadora das formas hegemônicas, pois os estudos culturais são essencialmente produtivos para a produção da convivência democrática entre as diferenças.
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